domingo, 23 de outubro de 2011

MAPA CONCEITUAL: exemplo de Planejamento temático




TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO ESTÍMULO PARA A APRENDIZAGEM

 Walter Lippold

Sempre quis entender o que acontecia na escola com a criatividade das crianças: depois de ler muito sobre o assunto, de viver a vida escolar tanto como aluno e como professor cheguei a conclusão provisória de que a escola tem muitas vezes podado a criatividade em prol do disciplinamento. Esse não é um problema só dos professores mas também da sociedade que vê nas escolas hodiernas públicas um depósito para crianças e jovens e uma trincheira de contenção social. A educação como deus ex machina da sociedade!
Em primeiro lugar devemos ter em mente que a situação que vamos enfrentar é extremamente complexa devido aos elementos que interagem e desembocam na atual “cultura do ctrl+c ctrl+v”. Do mais alto grau dos níveis de pós-graduação até o ensino fundamental a cultura do plágio, a cópia mecânica em pesquisas impera impunemente. Com o acesso aos hipertextos na internet a facilidade – e esse foi um outro lado das TICs – a cópia mecânica teve um novo impulso. Cansamos de receber trabalhos de alunos impressos diretos da Wikipédia até mesmo com links. Mesmo antes do advento da internet as pesquisas geralmente eram cópias de enciclopédias e do famoso Almanaque Abril.
A posteriori devemos nos preocupar valorizar a autoria, enfatizando que todo conhecimento humano é fruto de coletividades muitas vezes anônimas e que a criatividade é a capacidade de organizar o que já se conhece em novas formas que gerem superações e novos conhecimentos. Temos que lembrar a todo o momento que a “Sociedade da Informação” não garante a “Sociedade do Conhecimento”, ela é uma possibilidade que só pode emergir quando o sujeito transforma as informações através da coleta, análise, interpretação, compreensão e explicação, relacionando-as em suas ligações e produzindo abstratamente o desdobramento de suas contradições.
O conhecimento não é linear, muito mesmo um álbum de imagens pétreas e isoladas. Por isso é importante um método de ensino que leve em conta a dialética do conhecimento, nesse sentido o hipertexto e outros recursos e linguagens digitais atuais podem interagir e apoiar na produção de conhecimento.
O método se divide nas seguintes etapas:
1.                      Período de sensibilização para o tema (o aluno precisa tornar o objeto de conhecimento em conhecimento para-si);
2.                      Exposição dos conceitos básicos com slides digitais;
3.                       Leitura de textos digitais e do livro-didático;
4.                      Pesquisa na Internet de hipertextos e imagens sobre o tema;
5.                      Leitura do meu Blog (HTTP://sorbinario.blogspot.com) do tutorial sobre como produzir documentos coletivos no Google Docs.
6.                      Aula técnica sobre uso do Google Docs;
7.                      Exposição e resumo do assunto (slides digitais)
8.                      Produção textual e gráfica coletiva no Google Docs (avaliação)

A interação do aluno com a tecnologia digital já é em si um grande estímulo para a aprendizagem pois nosso público-alvo são jovens de 11 a 16 anos. Mas quanto a autonomia e autoria na produção textual, tenho conseguido sensibilizar 60% dos alunos quanto a importância de ser autor de seu texto e de sua própria vida, em última instância. Após ver um documentário ou filme os alunos deve produzir um texto analisando e interpretando o filme, nesse intento eles não podem copiar trechos de outros textos, apenas as suas próprias anotações feitas durante o filme. Tenho recebido textos maravilhosos de crianças de sexta série.  Parece que tem funcionado em parte o método, pois cansamos do tradicional quadro de giz e questionários de livros didáticos que de nada adiantam para uma aprendizagem efetiva em sala de aula.

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